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sábado, 13 de junho de 2020

ALCACHOFRAS, CERRADO DA FONTE E O SANTO, O ANTÓNIO

Alcachofras no Cerrado-da-Fonte
Abrunheira - 06jun2020
Fosse eu conservador dum registo predial qualquer, e rebatizaria o “Cerrado da Fonte” para “Cerrado das Alcachofras”. Foi, “…da fonte”, que me ensinaram chamar-lhe ainda antes de roçar os fundilhos das calças, nas “carteiras” da antiga Escola da Abrunheira, mas devia ser “…das alcachofras”, tantas são, pela altura dos “santos” — sem respeitarem o distanciamento social nestes tempos dos “vinte” do “vinte-e-um” — no “Cerrado da fonte” e em tantos outros “cerrados” das bordas do nosso amigo “Rio das Sesmarias”.

Tantas vezes ouvi este nome, “Cerrado da Fonte” que, muito embora o meu eterno litígio com este lado do arquivo que guarda os nomes das coisas, sítios e pessoas, mil anos que viva, nunca o hei de esquecer. Ainda por cima, estava logo a seguir à “horta” por onde tantas vezes passava e passeava, umas vezes sozinho, outras acompanhado. Do lado de lá, estava (e está) o tanque de rega onde morava o meu Cágado “Manel”, pomposo nome para tão “rebaixado” ser, mas que eu adorava e ele a mim (https://largodochafarizaosol.blogspot.com/2018/03/cagado-que-naquela-epoca-se-chamava.html ), como noutros escritos eu tenho deixado bem vincado.   

Todos os dias, pelas mais variadas razões, ouvia alguém falar no “Cerrado da Fonte”. Muitas vezes, tantas quantas um “puto” daqueles anos 50/60 do antigo século vinte, numa boa terra como a abrasileirada — por via das aventuras do Coutinho que era Bernardino e do Borrego que não era Sacadura — Abrunheira, tinha tino e curiosidade para perguntar, porque raio lhe chamavam “fonte”, se não havia por lá nenhuma? Bom, na verdade, ainda hoje o mistério, para mim, se mantém. Sempre que por lá passo, repito, mentalmente, a pergunta; porquê, “…da fonte”? Onde esteve a fonte?

Naquele tempo também havia, com certeza, alcachofras, no Cerrado da Fonte. Só que, aquela área, tinhas outras ocupações por esta altura do ano, antes de se transformar em “eira” para debulha e enfardamento dos cereais do Silvestre-Velho e do “Sapateiro-de-Manique” trazer o rebanho para pisar bem a terra e de comer, que muito bem lhe sabia, as batatas com bacalhau que a minha avó Gertrudes fazia naquela ocasião; “oh patroa, o que pôs nas batatas que elas escorregam que é uma beleza”? Repetia do “Sapateiro-de-Manique”, enquanto metia à boca, garfadas atrás de garfadas de batatas e bacalhau.  

Antes disso, havia seara de trigo, cevada ou aveia, ondulada pelo vento que ali batia e bate e, por isso, as ditas alcachofras não sobressaíam porque serpenteavam por entre os caules que engrossavam e já formavam a espiga que, numa quinta-feira da “Ascensão”, se haviam juntado, num raminho, a lindas  papoilas vermelhas, malmequeres, outras belezas campestres e um triângulo de pão, para casa levado, ficando a fartura de comer garantida até ao ano seguinte.   
  
O forno de cal também estava calado. Nesta altura, este, descansava da sua labuta mais para o tempo frio que de calor, já bastava o braseiro da fornalha a muitos graus de temperatura para transformar pedra em alva cal. 

Neste dia 13 de junho, celebra-se o primeiro dos santos, o “António”, que é também o da Abrunheira. Por todo o lado, a “pandemia” lixou tudo, incluindo as comemorações dos Santos Populares, mas as alcachofras é que não se importam com isso. Com vírus, ou sem ele, elas aí estão para que não nos esqueçamos que é junho, a passagem para o verão.   

Silvestre Brandão Félix
13 junho de 2020

domingo, 30 de setembro de 2018

LIVRA-NOS OS "INTELIGENTES"... LAGARTO! LAGARTO!


Devia ser por esta altura do ano porque, poucos dias depois, sempre a 7 de outubro, comecei a escola na 3ª ou 4ª classe, lá, na velhinha, naquela que deu o nome à atual Rua da Escola.  
 
Tudo como costume, saia para o “monte” com a Marcina, a Branquinha, a Estrela e a filha que ainda não tinha nome, e a nossa espertalhona, Burra Carocha. Aguentei-as um bocado do lado de dentro do portão porque o Ti João estava a sair com o seu rebanho de ovelhas.

A Belinha, porque me sentiu, saiu do meio do rebanho a balir, toda contente, e veio ter comigo pedir uma festa. Não lhe dei uma, dei-lhe várias. Na forma de comunicação dela, balindo, lá me disse alguma coisa, carinhosa decerto, e voltou para junto das suas companheiras de rebanho. A Belinha ficou sem mãe quando nasceu e eu comprometi-me com o Ti João a criá-la.

A Ti Augusta ao princípio não ficou muito contente, mas depois… não queria ela outra coisa e fartou-se de chorar quando a “borreguinha” voltou para o rebanho. Ela e eu! Andava em casa como se fosse um gato ou um cão, lá bebia o biberon e, muitas vezes, ia ter comigo à cama. Claro, cresceu rapidamente e não podia lá continuar. Mas todas as vezes que nos via ou sentia, não se calava e só, se não podia, é que não vinha ter connosco.

Bem, entretanto, o rebanho lá foi e, a seguir, mandei o meu “pessoal” sair, devagar. Elas já sabiam que, antes de mais nada, iam beber água ao Santo António. A Carocha era sempre a primeira e quando lá chegava com as vacas, ela já tinha meio bandulho cheio de água.

Como acontecia todos os dias, o tanque estava cheio de vizinhas a lavar a roupa, com aquele som característico de “tagarelisse”. Lembro-me de muitas caras, mas os nomes, é que é, pior; como é “público”, tenho uma relação muito conflituosa com a lembrança de nomes de pessoas e de coisas. Que hei de fazer? É com certeza a PDI. Mas consigo sempre lembrar-me da Ti Maria do Florindo, da Ti Ilda do Zé N’olas, da Ti Maximina e é melhor não arriscar mais.

Bom, bandulhos cheios, respostas educadas para as “lavadeiras” e, ala que se faz tarde, até aos Celões, mesmo nas "bochechas" do Linhó. Naquela altura, a erva já tinha rebentado o suficiente para o saboroso pasto das “minhas-ruminantes”, e elas, mais ou menos, já sabiam o caminho, era só preciso dar um toque na altura certa porque havia mais do que um destino possível.


Naquele caso, o destino era o mais longe, mas também o preferido porque tinha muita escolha. Do Santo António virávamos à direita, mais à direita ao Ti Alexandre, depois de passar as “Pateiras” outra vez à direita passando ao Chamiço e, mais à frente, atravessando o nosso Rio das Sesmarias e, um pouco acima, a regueira dos barros que lá à frente, antes dos “Quatro-Donos”, desaguava no Rio das Sesmarias. 

Quando estávamos a chegar à esquina dos “Celões”, a Carocha, que já ia lá à frente, parou e recuou dois passos, ficando assim a olhar para as silvas com as orelhas bem esticadas e, arreganhando os dentes, zurrou! O caminho não era muito largo, mas consegui que as vacas a contornassem e passassem à frente, continuando até à entrada dos “Celões”. Ela, a Burra espertalhona, tinha “pegado ali de estaca” e continuava com os dentes arreganhados e, de vez em quando, batia com a pata direita.

Depois das “outras” estarem em segurança da parte de dentro dos “Celões” e a iniciarem a função do pasto, olhei para o mesmo sítio da Carocha e o que vi: Um lagartão bem verde, especado e feito parvo a olhar para ela. Desde a ponta do rabo, até à cabeçorra, tinha aí meio metro. Antes que ela lhe pusesse a pata em cima, fiz barulho com o pau e o nosso amigo acordou daquela letargia hipnótica, e arrastou-se para dentro das silvas e carrascos.     

Teve muita sorte, o lagartão, de não estar por perto o meu primo Fernando ou, até, o Zé Augusto, porque senão, não se safava assim.  

Tempo bem controlado pelo relógio de sol antes construído no cantinho onde costumava passar o tempo, e, vamos lá embora de regresso. Chamado o “pessoal”, lá vieram e, como sempre, a “dona” Carocha à frente toda lampeira. Quando passamos pelo sítio onde antes estava o “lagartão”, todas passaram, mas a burra-espertalhona parou. Ela sabia que, há duas horas, tinha estado ali a namorar o “rastejante”. Eu quis entender o que ia naquela cabeça que eles diziam ser de burra e, quando a vi arreganhar a dentuça e zurrar na direção que o lagarto tinha tomado e bater duas ou três vezes com a pata direita no chão, percebi que de “burra”, como nós entendemos, não tinha nada. Fiz-lhe uma festa no pescoço e dei-lhe uma carinhosa palmadita no quadril, e lá arrancou, genuinamente contente, com o “tempo de glória” que lhe tinha dado.

Esta lição, ainda a trago hoje comigo.

Até os “burros” gostam de ter o seu tempo de glória e de antena, quanto mais os “inteligentes”!

Ao longo da vida, infelizmente, muitos “inteligentes” por mim passaram… e ainda conheço alguns!

Silvestre Brandão Félix
30 setembro de 2018
Gravura e Foto: Google   

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

SANTO ANTÓNIO E O GALO, O RIO E PARA ONDE FOI A ÁGUA

“Outro galo (não) cantaria”, não fosse, a vontade, a dedicação e a paciência do Vicente da Colónia, de lá, ter trazido, o cata-vento que, por obra e habilidade dos dois da Virgínia, o Ti Zé e o Ti Manel, com a serventia do Albano e de muitos outros abrunhenses – incluindo o meu pai Zé, que, para todos os efeitos e conhecimento, lhe chamavam Zé Silvestre e ele aceitava, sendo o acrescentado, como era uso, nome do pai, que, neste caso, era meu avô e padrinho de batismo – o terem colocado no “carrapito” do telhado-alpendre da bica, ali armada, em honra do Santo António que, desde aquele longínquo início da segunda metade do século vinte, passou a ser, também, Da Abrunheira.

Água com fartura, muitos dias até demais porque, à volta dos bebedouros e dos tanques de lavar a roupa, se chapinhava e, quem lá fosse, cuidado tinha de ter, para não enfiar os calcantes na lama, muitas vezes bem misturadinha com o resultado da remoedura, digestão e eficaz transito intestinal, das vaquinhas, Marcina, Estrela, Bonita e, muitas vezes, também da Carocha.    

Todos eles, os mestres construtores, serventes e mais abrunhenses ajudantes e, depois, os utilizadores da bica, da mina, das pedras roçadas de tanta roupa lá ser batida, e da água limpinha que bem lavava e voltava a correr sempre nova, e bem como as minhas vaquinhas e a Carocha, se indignariam com as patifarias e sem-vergonhices levadas a cabo por prevaricadores sem rosto, se por cá voltassem agora – em tempo de (des) uniões da europa, de freguesias e com dois amalocados em cada ponta do planeta, a disputarem a sua própria destruição – e vissem como está tudo seco de água, tanto no verão como no inverno.

E a mina, de água cheia sempre estava, boa e gostosa para matar a sede, agora, se se abrir a porta, em fossa pestilenta está transformada.

Onde está a água? Para onde foi? Perguntariam a Ti Maria do Florindo, a Ti Maximina ou a Ti Silvéria.

Protestaria, e muito, pela seca, também o João Barriga ou Ti Artur Germano. Não era, que muito amantes fossem de água lisa da bica do Santo António ou de qualquer outro sítio. Como acontecia com a maioria dos homens e, porque não, de algumas mulheres da Abrunheira, para bebida ia melhor tinto ou branco, desde que estivesse cheio, o copo ou a garrafa, e amarinhasse até aos neurónios e os deixasse contentes e anestesiados para uma boa sesta.

Do mesmo mal, da falta de água de verão e da maior parte do inverno, se vem queixando aos amigos e atravessadores, o Rio das Sesmarias. Sim, o mesmo que, num projeto camarário parido à pressa e com o cordão umbilical a apertar-lhe o gasganete, lhe quiseram trocar o nome e a categoria.

Classificaram-no como ribeira e deram-lhe um nome de uma terra que está pertinho do Estoril. Aqui, na Abrunheira, sempre se chamou Rio das Sesmarias e é assim que queremos, continue. Porque “carga-de-água”, agora haveria de ter um nome diferente? Os “senhores-inteligentes”, se não sabem, venham perguntar aos abrunhenses como se chama o seu rio.

Retomando as queixas do nosso Rio das Sesmarias, constata-se que há uns tempos, o seu leito está mais tempo seco do que molhado, ao contrário do que era habitual. Mesmo no inverno, corre sempre de fininho até vir uma chuvada. Aí, sobe até meio e, em poucas horas, volta ao “fininho”. Se não chover nos quinze dias seguintes, de “fininho”, passa a parado até voltar a chover outra vez. No verão, seca completamente.

Os atravessadores agora são muitos, mas como a maioria passam encavalitados em andantes de duas ou quatro rodas, sempre cheios de pressa e a grande velocidade, não há oportunidade nem tempo de entabular uma conversa digna desse nome, para além de, nem repararem na presença do nosso Rio das Sesmarias. Diz ele, que tem saudades da companhia do “Artista-Sapateiro”, Ti Joaquim Caga-a-Chuva e do “Cabouqueiro” que tinha a “Ciência-da-Pedra”, Coutinho que era Bernardino.

Eles sabiam, tal como o Rio das Sesmarias, tanto no tempo em que a Ti Mariana Soleto, mãe do Bernardino que não era Coutinho, dele tomava conta, como depois de se ter entregue aos carinhos da Judite Caracol, e do Ti Joaquim ter vindo com a Margarida dos “ditos-e-contos”, do Linhó, para a nossa terra, que todos os viventes que acompanhavam o seu leito desde o cimo da Abrunheira, no Olival e por trás do Cipriano, em frente à horta e por baixo da ponte da colónia, por trás do Santo António, pelos quatro-donos e arroteia até à casa-da-água, passando pela Azenha do Sebastião Moleiro na Capa-Rota, e por aí abaixo iam até à foz, foram morrendo e, hoje, nem enguias que, quando passavam pelo cano até ao poço da horta, eram quase da grossura dum braço, nem ao menos rãs, sapos ou girinos, sobrevivem no pouco tempo de água.

Voltando ao Santo António, que em boa hora tem, neste tempo, cuidadores dedicados que garantem a dignidade do sítio, mesmo que a água corrente já lá não esteja. Somos gratos por esse cuidado e dedicação.

Em tempos, outras e outros cuidadores, pelo local olharam. Lamentando o meu fraco índice “memorial”, decorrente do crescente “litígio” à medida que a PDI avança, com a desorganização dos ficheiros de nomes no rígido, que cada vez está mais mole, torna impossível indicá-los sem os inevitáveis falhanços. De maneira que, quando me surgem dúvidas, não arrisco nomeação, ficando com o ónus de alguma injustiça pela omissão.

Um que nunca esqueço, não sei se alguma vez assumido, o de cuidador, mas, pelo menos, guardador de proximidade, foi. A horta por cima da mina, era o seu local de trabalho preferido e, de hortelão, sabia ele. O Ti Mendes, com aquela comprida barba amarelada, por causa da fumarada que permanentemente por ela passava, dava-lhe um ar de sábio. Acho que, de verão ou de inverno, de casacão se vestia e, dos seus grandes bolsos, sacava os cachimbos que ele construía a partir das melhores canas da horta.

Grandes baforadas, deitava, em troca da ausência de faladura. O ritual enchimento da grande fornalha, caracterizava-se pela função imprescindível daquela grande unha, calcando o tabaco para o seu interior. 

Por ali, sempre se via e, se não estivesse, era porque ia até à casa da fruta do Pechincha, ou subia pelo Largo do Chafariz até ao Álvaro ou à “Menina-Emília”. 

Típica figura que associo sempre ao Santo António. Também o Ti Mendes, hoje, sentiria falta da água corrente da mina e, por consequência, do “treu-laréu” do mulherio a lavar a roupa nos tanques.

Para onde foi a água?

Silvestre Félix
18 de setembro de 2017

Fotos: Google (publicadas no extinto blog «aldeiaviva)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TI MENDES-DO-CACHIMBO

O cachimbo do Ti Mendes-do-Cachimbo, era tão comprido como a sua barba branca a atirar para o amarelo, tal era a quantidade de fumo que pelos seus pêlos passava.

A cana tinha de ser especial. Só aquelas duas, lá no cantinho da horta, davam para fazer, de quando em vez, mais um cachimbo.

O Ti Mendes-do-Cachimbo gostava com aquele diâmetro que na pouca conversa oferecida lhe chamava largura. Aquele fogareiro beiçudo, como ele dizia, era sempre uma obra de arte como nunca se viu na Abrunheira e, como a perfeição muito lhe exigia de perícia, demorava, pelo menos um dia de Verão, a dar por finda mais uma tarefa serviçal da nicotina, em tempo de fartura, e de queimadura saudável, biologicamente falando, porque também o fogareiro beiçudo se ocupava, em época de contenção, de, em cinzas transformar as bigodaças do milho semeado, que ao galo galaréu se destinava.

Metida a mão por dentro do casacão, nunca se sabia a qual dos fogareiros o Ti Mendes-do-Cachimbo ia dar uso. Sempre dois ou três estavam operacionais e era preciso. Tinha a ver com a resistência do material ao calor do lar. De força pulmonar bem servido, o hortelão do Pexincha, sempre sabia quando devia apagar a brasa fumegante e trocar de ferramenta.

O casacão, meio casa andante, com bolsaria bem distribuída, municiava qualquer necessidade do Ti Mendes-do-Cachimbo. Com aquela ausência incompreendida de palavra, do nada, o Ti Mendes-do-cachimbo sacava dum bolso a navalha, do outro um garfo, e de outro ainda, o cachimbo, que a seguir atascava de material tabacoide que – depois de executado aquele gesto dedal cheio de floriados, com o raspanço do fósforo na lixa da caixinha – recebida a ardente chama, se incendiava entranhas adentro.

Com a sincronização das chupadelas no fogareiro beiçudo, a estabilização fumegante não tardava. Mais tosse, menos cuspidela, e a função estava no ponto.

Em tempo contado em anos, andará, mais ou menos a meio dos quarenta e dos cinquenta, que pararam as muitas passadas nas solas das botas cardadas e plainadas do Ti Mendes-do-Cachimbo, entre a horta do Santo António e a Menina Emília ou a sopa da Mariazinha, passando pela garagem do portão azul.

SBF

(Escrito de Silvestre Félix)
(Baseado na realidade mas com alguns nomes e situações ficcionadas)