quarta-feira, 30 de novembro de 2016

SÃO PEDRO DE PENAFERRIM E A DESAGREGAÇÃO

A agregação de freguesias, levada a cabo pelo anterior governo, e com efeito já nas últimas eleições autárquicas de 2013, terá resolvido e melhorado situações pontuais, mas, por outro lado, complicado e piorado ao extremo, muitas mais.

A minha, onde nasci e resido, São Pedro de Penaferrim, num processo de avanços e recuos, compromissos, descompromissos e algumas traições, acabou por ficar agregada com a de São Martinho e a de Santa Maria-São Miguel, a que chamaram: União das Freguesias de Sintra.

Foi tal a obra, que fizeram uma freguesia maior, que uma parte considerável dos concelhos existentes no país. Mesmo aqui na zona, será maior que o de Oeiras, Amadora ou Odivelas.

Do Barrunchal a Janas, pelo trajeto médio mais direto e mais utilizado, percorremos cerca de 20 quilómetros e, durante um dia de semana, ou seja, excluindo as horas de ponta e os fins-de-semana, demoramos cerca de meia-hora.

Com um órgão, a Junta de Freguesia, assente nos mesmos pressupostos que contava cada uma das três agregadas, era previsível, que muito difícil seria corresponder ao conhecido mérito do “poder de proximidade”, com tudo o que isso implica.    

Os esforços e vontades podem ser inglórios quando o terreno conquistado é pantanoso e não se arranja forma de o secar. A insatisfação das populações não se esbate com promessas impossíveis de cumprir.

Para que os fregueses destas três freguesias de Sintra, voltem a sentir a proximidade do poder com segurança e confiança na democracia, é imperativo que se desagreguem e, a seguir, quanto muito, se corrijam e ajustem limites atualizados.

Estamos todos ansiosos por perceber a atitude de cada uma das forças políticas e partidárias, face à proximidade das eleições autárquicas.

Silvestre Félix
30.11.2016
Tag: Freguesia de São Pedro de Penaferrim

Foto: Google

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

MERCADO DE SÃO PEDRO

Ao mercado de São Pedro, por esses caminhos acima, íamos. Sim! No pretérito. Agora não é possível; porque caminhos já não os há e, mesmo que “por obra e graça do espírito-santo”, algum se descortinasse, de nada serviria porque “mercado” virou “feira” e, mesmo assim, oiço e leio por aí, que está a definhar.

Que tudo evolui, dizem uns; que tudo acaba ou que acabam com tudo, dizem outros. Dizem até, uns inteligentes, que desenterrando a calçada e virando piso lajado, muitos lugares marcados e pilaretes montados, arrumariam a invasão de andantes que ali aparecem e ficava bem a Praça D. Fernando II, a da feira e de outros eventos encomendados.

Do mercado querem saber as gentes da Freguesia de São Pedro, este, de Penaferrim. O mercado para onde, por esses caminhos acima, íamos. Eu e a minha mãe, e outras mães e filhos que primeiro víamos os sapatos, as botas, a correnteza dos fatos, as sementes e hortaliças, os burros, as vacas vitelas e vitelos, as ovelhas, os bácoros… víamos, porque para compras a féria era curta, e, depois, talvez um bolo saloio ou umas queijadas das mais baratas.

Os caminhos por aí acima eclipsaram-se e o mercado, que agora é feira, a continuar assim, virará depósito de carros e, quem sabe, rodeada de “caça-níqueis” nas entradas e saídas.

Não tarda nada, virão as promessas e as juras do seu cumprimento, se os fregueses fizerem muitas cruzinhas à frente dos seus nomes. Mas então? E antes, como foi? Porque não cumpriram e porque é que o mercado, já era?

Abrunheira, 16 setembro de 2016


Silvestre Félix