Ao mercado de São Pedro, por esses caminhos acima, íamos. Sim!
No pretérito. Agora não é possível; porque caminhos já não os há e, mesmo que
“por obra e graça do espírito-santo”, algum se descortinasse, de nada serviria
porque “mercado” virou “feira” e, mesmo assim, oiço e leio por aí, que está a
definhar.
Que tudo evolui, dizem uns; que tudo acaba ou que acabam com
tudo, dizem outros. Dizem até, uns inteligentes, que desenterrando a calçada e
virando piso lajado, muitos lugares marcados e pilaretes montados, arrumariam a
invasão de andantes que ali aparecem e ficava bem a Praça D. Fernando II, a da
feira e de outros eventos encomendados.
Do mercado querem saber as gentes da Freguesia de São Pedro,
este, de Penaferrim. O mercado para onde, por esses caminhos acima, íamos. Eu e
a minha mãe, e outras mães e filhos que primeiro víamos os sapatos, as botas, a
correnteza dos fatos, as sementes e hortaliças, os burros, as vacas vitelas e
vitelos, as ovelhas, os bácoros… víamos, porque para compras a féria era curta,
e, depois, talvez um bolo saloio ou umas queijadas das mais baratas.
Os caminhos por aí acima eclipsaram-se e o mercado, que agora
é feira, a continuar assim, virará depósito de carros e, quem sabe, rodeada de
“caça-níqueis” nas entradas e saídas.
Não tarda nada, virão as promessas e as juras do seu
cumprimento, se os fregueses fizerem muitas cruzinhas à frente dos seus nomes.
Mas então? E antes, como foi? Porque não cumpriram e porque é que o mercado, já
era?
Abrunheira, 16 setembro de 2016
Silvestre Félix
Caro Silvestre Félix, um texto de antologia que merecia ser amplamente divulgado. Um abraço junto com a saudação.
ResponderEliminarObrigado Amigo Castelo. Abração!
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