Neste deprimente novembro, como, aliás, todos os outros que
têm vinte e cinco e desde que eu tinha vinte e um em anos contados, que, quase
no fim (o novembro) mas ainda andando por aí algumas horas, oiço coisas feitas lamechices
completamente deslocadas em dia de cimeira de ambiente e em tempo de carência e
necessidades básicas dos refugiados que batem à porta duma Europa que foi
assobiando para o lado e, quando acordou e deixou cair o assobio, viu-se
tolhida de movimentos e soluções (como é costume)…
Lamechices eu ouvi, perto de mim, em lugar público, usando,
alguém, topo de gama auditivo na escuta:
«— Não! Não! Não posso
andar de “cavalo p’ra burro”!
— Sim! O carro é ótimo,
mas a carrinha que ele me atribuiu o ano passado, a que tenho agora, tem sete
lugares!
(Resposta inaudível)
— Sim! Eu sei! Mas,
neste caso eu valorizo o tamanho. Se fosse anual mas para dois anos… agora
tenho dois filhos, mas para o ano posso ter três. E depois, tenho que que
arranjar particularmente um carro maior?
(Resposta inaudível)
— Achas que devo
aceitar? Sim, ao carro não lhe falta nada do que é a última tecnologia. Se
quiser, até posso trabalhar no carro.»
Não ouvi mais porque o elemento teve a acertada ideia de se
desviar do local onde eu estava sentendinho…
Nestes dias de deprimente novembro, que, para mim, sempre é,
têm-se falado muito das dúvidas sobre o aumento do ordenado mínimo até 600
euros em 2019. Pois………..
Silvestre Félix
30 de (deprimente) novembro de 2015
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