ambição e ética |
Quando a 20 de janeiro escrevi e publiquei “LEMBRANÇAS DE
JANEIRO E A ESPERANÇA” que terminava com;
« “As Lembranças daquele janeiro”, são tónico para
acreditar no futuro e afastar, com vigor, as más energias.»
estava longe de imaginar que a partir do final deste mesmo
janeiro e em pouco mais de um mês, as coisas iam começar a correr muito mal à
minha volta.
Sim, não confundamos. “Aquele” janeiro a que me referia,
tinha ficado muitas décadas lá para trás, porque este, do vigésimo primeiro ano
do século XXI, foi prelúdio de muito sofrimento pessoal e familiar.
A vida faz-se, construindo bases, pilares e telhados com
beirados mais ou menos graciosos, conforme a arte do construtor.
Ora, quando alguns pilares caem, os telhados tremem e, só por
“milagre”, não vão parar ao chão.
Como de “milagres”... já estamos conversados, a alternativa é
mesmo aguentar firme. É difícil, mas a força aparece não se sabe de onde, e lá
vamos retomando a energia necessária à vida.
Voltemos às “lembranças de janeiro”, não deste,
mas daquele que ficou lá para o meio dos anos setenta, que foi transformador e,
em tempo, decisivo para muitas mudanças acontecidas na Abrunheira.
Esse janeiro, deve ter tido, em vez dos normais trinta e um
dias, pelo menos uns sessenta. Fizeram-se muitas coisas para toda a população
usufruir e para os rapazes e raparigas crescerem ao lado dos outros mais
velhos, na luta por melhores condições de vida dos abrunheirenses.
Vem esta conversa a propósito das eleições autárquicas que se
aproximam, e das promessas que por aí começam a aparecer. A questão é sempre a
mesma; a grande distância entre a promessa e a concretização. A tentação da
promessa, mesmo sem haver certeza da sua exequibilidade, acontece com todas as
candidaturas.
Vá lá, moderem nas promessas eleitoralistas, resumam-nas a
bons projetos, mesmo que “não encham tanto o olho”, mas que, se tiverem
condições depois de 26 de setembro, as possam executar.
Entretanto também era bom que nas ações de campanha, seja no
porta-a-porta, nas redes sociais ou noutros meios de comunicação, deixem de
criticar os outros, muitas vezes até à ofensa (os eleitores não gostam) e falem
e convençam a população da vossa verdade e do mérito das vossas propostas.
A nossa democracia, tem defeitos. Claro que tem, mas no nosso
mundo ocidental é o melhor sistema político, por isso, poupem-na, tratem-na bem
e, acima de tudo, estejam vigilantes. Como nos vamos apercebendo, os seus
inimigos (da democracia, da liberdade) espreitam e não olham a meios.
Apesar das “pauladas” que levei nos primeiros meses deste ano
e da descrença que me rodeou, vou conseguindo desviar as nuvens negras e o
futuro é já amanhã. “As lembranças daquele janeiro antigo”,
ajudam-me a acreditar que as coisas boas virão e que, mercê das virtudes da
democracia, em 26 de setembro o povo escolherá os melhores.
Silvestre Brandão Félix
16 de agosto de 2021
Foto: Google