terça-feira, 18 de setembro de 2018

A ASA DA XÍCARA E A CARREIRA 446


Durante boa parte da minha vida, nunca me pareceu, que alguém tivesse dúvidas da serventia daquela parte saliente em argola, como se orelha fosse, das chávenas, canecas ou xícaras, como ainda se diz no Brasil.

Há, algum tempo, comecei a reparar, que algumas das personagens que nos entram todos os dias pela casa dentro — sim, porque eu também vejo telenovelas — pegam nas chávenas pelo lado contrário da asa; ou seja, ignoram de propósito a “orelha” da dita e bebem assim.

As teorias são muitas, como, aliás, costuma acontecer em relação a tudo o que não tem explicação.

Já ouvi dizer — à laia de desculpa pela distração — de outro(a)s que não aparecem pela TV, que é para não pôr os lábios do mesmo lado da generalidade das pessoas que, naturalmente, pegam pela asa. Até podia ir nessa, mas a cena é que já tenho visto esses mesmos, pegarem na chávena e levarem aos lábios com a mão esquerda. Ou seja; o efeito (dito) pretendido, é anulado pela base.

Mas então, porque será? É moda? Fica bem? Para ser diferente? Ou, simplesmente, porque o, ou a, (atenção ao género) elemento está meio a dormir? Ou então, numa dedução mais lógica, se acontecesse só nas telenovelas; o recipiente pegado, nem líquido tem dentro, porque se tivesse e quente, da boca lhe saia palavrão na certa!

Quantas vezes, no nosso dia-a-dia, nos deparamos com o que “parece”, e, não é? Se repararmos bem, muitas!

É como a carreira 446!

O que é que a carreira 446 tem a ver com a serventia da “orelha” da chávena? Estarão vocês a perguntar.

Tem a ver, sim! Também é uma coisa que parece, e, não é!

Parece uma carreira, ou transporte público, para servir (embora paga) a população, mas não é! Pelo menos, entre a Abrunheira e Chão de Meninos, não serve para nada.

Para os abrunheneses, que serventia tem uma carreira que num pulinho está em Chão de Meninos e não vai mais para baixo. Em dois ou três minutos estava na Estefânia e muita gente se podia servir dela.

Realmente, diminuíram o tamanho da camioneta, agora é quase sempre mini. Pudera, ninguém a usa!  

Ponham lá a 446 até à Estefânia, dando a volta na rotunda/fonte ou Estação de Sintra, de qualquer maneira, é preciso é que não fique a meio caminho, em Chão de Meninos. Ah, e já agora, reponham o trajeto Abrunheira/Ranholas/Chão de Meninos/Sintra e a preços razoáveis, da que vem de Oeiras 467 e que — com certeza que não foi para servir a “povinho” — há uns tempos a desviaram para Mem Martins/Ouressa/Portela.

Conclusão: No que diz respeito a transportes públicos, a Abrunheira tem várias soluções para Mem Martins e Rio de Mouro, mas para Sintra, sede do concelho e com todos os serviços de que os abrunhenses necessitam, incluindo Centro de Saúde, não tem uma única ligação direta dos seus 6/7 kms e 10/12 minutos e, as alternativas até à Estação da Portela via Ouressa, estão a mais do dobro em distância, e, em tempo, com trânsito normal, 30/40 minutos, quando faz circular, a tal (446) que parece e não é, até Chão de Meninos e que não serve a ninguém. 

Silvestre Brandão Félix
18 setembro de 2018
Fotos: Google



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