Oh filho, quando fores por esses caminhos acima tens de olhar bem lá para a frente e, ao mesmo tempo, deves ter sempre muito cuidado com quem pode vir atrás… Primeiro atravessava o das Sesmarias e depois, lá mais acima, a regueira da mulata. As vaquitas e, na maior parte das vezes a Carocha que de burra tinha pouco, tinham a dianteira que bem sabiam o destino largo dos Celões. Entravam sem engano na ponta de baixo à esquerda e nunca tiveram a ousadia de seguir em frente em direção ao Linhó.
Por esses caminhos acima… os degraus da vida, de que a Minha Mãe sempre me falava. As Mães da Abrunheira eram iguais às outras. Todas eram as melhores para cada um dos putos abrunhenses e eu não era exceção – Não havia Mãe melhor, que a Minha! Estava sempre disponível para me ensinar mais um degrau e, muitas das vezes, com exemplos da sua vida cheia e rica de labuta pela família e futuro dos filhos. Tanto tempo contado em anos passados, não são poucas as vezes que uso e pratico os seus ensinamentos.
No tempo que passo em horas, dias e anos, teclando escritos fluidos da parte arrumada da memória, e sendo Abrunheira a temática, é certo e sabido que nas subidas e descidas das mais variadas personagens pelo palco, nas falas e deixas que compõem o nosso teatro, lá está sempre com o seu papel bem estudado, a Minha Mãe! Algumas das perguntas e respostas, frases soltas e coladas dos nossos diálogos, aparecem de quando em vez nas minhas postagens ou, simplesmente, em manuscritos que por aqui vão ficando…
Por esses caminhos acima… os degraus da vida, de que a Minha Mãe sempre me falava. As Mães da Abrunheira eram iguais às outras. Todas eram as melhores para cada um dos putos abrunhenses e eu não era exceção – Não havia Mãe melhor, que a Minha! Estava sempre disponível para me ensinar mais um degrau e, muitas das vezes, com exemplos da sua vida cheia e rica de labuta pela família e futuro dos filhos. Tanto tempo contado em anos passados, não são poucas as vezes que uso e pratico os seus ensinamentos.
No tempo que passo em horas, dias e anos, teclando escritos fluidos da parte arrumada da memória, e sendo Abrunheira a temática, é certo e sabido que nas subidas e descidas das mais variadas personagens pelo palco, nas falas e deixas que compõem o nosso teatro, lá está sempre com o seu papel bem estudado, a Minha Mãe! Algumas das perguntas e respostas, frases soltas e coladas dos nossos diálogos, aparecem de quando em vez nas minhas postagens ou, simplesmente, em manuscritos que por aqui vão ficando…
Oh Mãe, os Índios são todos maus e os cowboys são os bons? Não filho! Há bons e maus nos dois lados! Oh Mãe, mas nos “quadradinhos”, escrevem que os Índios é que são os maus… Eu sei filho, mas os que escrevem também podem estar enganados… Mas naquele filme que eu vi na “sociedade” à noite com a Felicidade e o Alfredo, eles também diziam que os bons eram os tropas e os maus, os Índios… Está bem filho, mas quem faz os filmes também se pode enganar. Quando fores maior vais perceber melhor…
Oh Mãe, quando eu for grande também vou para a tropa? Vais, todos os homens vão à tropa! Mas oh Mãe, eu não gosto da tropa nem da guerra… quando for para a tropa também tenho que ir para a guerra? Não filho! Ainda faltam muitos anos para ires para a tropa e, quando fores, a guerra já acabou! Oh Mãe, na Guerra das Áfricas os “Magalas” também morrem como naqueles livros aos “quadradinhos” da Guerra dos alemães e do Major Alvega?
Oh Filho, tens de ter muito cuidado para ninguém ouvir esta conversa. Vê lá se está aí alguém desse lado.
Não Mãe, aqui não está ninguém!
A Mãe também não gosta da tropa nem da guerra, mas não digas isto a ninguém porque os que dizem que são os bons, podem vir fazer mal à gente…
A "Ti Augusta" desfazia-se em lágrimas, cada vez que tinha, por qualquer razão, de desfazer-se de alguma das suas bichinhas – ajudava-as a nascer, criava-as, aliviava-as da pressão do primeiro úbere cheio festejando a transformação em leite, acompanhava o primeiro cio com o cuidado que a situação requeria e, para fecho de ciclo, tratava-as e preparava-as para a função de mães, recomeçando tudo outra vez.
A Minha Mãe fazia anos a 12 de Junho, véspera de Santo António.
Silvestre Félix
12 de Junho de 2011
Estejas onde estiveres,sempre te recordarei como grande exemplo de mulher.Eras sem dúvida uma grande matriarca onde havia espaço para todos sempre pronta a ajudar em todas as vertentes.Mulher trabalhadora,sensível muito amiga dos seus animais,com tarefas diárias bem organizadas e nada fáceis,inteligente,diria sábia,onde me perdia a ouvir as suas histórias.Para ti e teus irmãos os meua parabéns pele mãe bonita por dentro e por fora que Deus lhes deu. Beijos Jesus
ResponderEliminarMuito Obrigada Jesus
ResponderEliminarBjs