Quando, dando corda aos calcantes e acompanhando o canídeo pela
área de abrangência de alguns candeeiros públicos das ruas ou ruelas da Abrunheira,
eles, os candeeiros, como se de praga rogada se tratasse, castigo divino ou
destino marcado, apagam-se!
Sempre que me acontecem estes “apagões”, não deixo de me
lembrar daquele monólogo do Vasco Santana no famoso filme, “O Pátio das
Cantigas”. Será que é essa a intenção? Que eu me vergue e chegue ao ponto de
pedir, por favor, aos que lá do alto do seu tamanho que se julgam tão
importantes, me deem um bocadinho da sua luz?
É que, ainda por cima, como se gozassem, à medida que nos
afastamos, os “caga-lume” lá do alto, voltam a botar luz!
Mas então, em que ficamos? A mesma coisa acontece com vários.
Isto é coisa “armada”, será um “prémio” para os do lado de cá da Serra, ou do
lado de lá, também é assim? E se for, é porquê?
Eu, que sou daqueles que sai de casa com um saco para apanhar
o servicinho do cão, fico pulha quando o tipo resolve aliviar-se no exato
momento em que vamos a passar por um daqueles que se apagam. Lá fico mirando,
mirando, — e “de noite todos gatos são pardos” e os cagalhotos também — até
acertar no objetivo.
Será que este fenómeno tem explicação ou sou eu que tenho uma
energia tão, mas tão negativa, que até consigo apagar candeeiros públicos
quando deles me aproximo?
Silvestre Brandão Félix
01 de março de 2021
Video: Youtube
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