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domingo, 14 de junho de 2015

SANTO ANTÓNIO, Nª SRª DO CABO E A IGREJA

Adorado que sempre foste! Junho dos arraiais e das fogueiras; das sardinhas, das febras, dos chouriços assados, das alcachofras estorricadas ou renascidas, dos namoricos e bailaricos rodopiados na ponta do andante em novo sapato nascido no rol da “Bramonte” ou bota cardada com protetor de última geração.

Salta e salta e volta a saltar a labareda ardente acima do Largo do Chafariz. Os trancos com força acartados das bandas da Colónia e Beloura e os carrascos que, da abundância não se negam, dão altura ao salto para bonito fazer às raparigas.

Adorado sempre foste! Junho dos feriados e dos dias grandes e quentes; do Santo António na Abrunheira ao São Pedro em São Pedro do de Penaferrim.

Sem fogueira ainda acesa e, como por milagre de Santo António e mais depressa que um estalar de dedos, já o Ti Rafael (“Coxo” na terceira pessoa) enchia tintos e, como sempre novidades trazia, abria cervejas para os mais endinheirados. O plano de “marketing” e vendas do Ti Rafael traduzia-se num apelo à “bebedeira” usando o poder dos pulmões de um – não fumador! Em todas as ocasiões levava a dele avante e, uma hora depois, nas vozes arrastadas e nos tropeções no alcatroado mal-amanhado, já se podia ver o resultado.

Adorado sempre foste! Junho dos amores e desamores e das alcachofras na fogueira postas!

O acarinhado Santo António na Abrunheira, for força, vontade e mérito dos seus voluntários amigos, sonhou levantar o templo, a si dedicado, com o fervor e Fé ilimitados.

A Igreja de Santo António da Abrunheira, neste tempo contado em anos, mais de cinquenta lá vão, desde a narrativa protagonizada pelo Ti Rafael, deixou de ser sonho e passou a real.

Por este fim-de-semana (12, 13 e 14 de junho de 2015), a “Comissão Pró-Construção da Igreja da Abrunheira”, mais uma vez, promoveu os habituais “Festejos de Santo António” com a particularidade de, este ano, já existir a Capela de Santo António e ter recebido a imagem de Nª Srª do Cabo de visita à Paróquia de São Pedro de Penaferrim que, assim, fez merecida companhia a Santo António.

Desde sexta-feira à noite que, por toda a Abrunheira, se têm movimentado, nas procissões e nos recintos, centenas de pessoas a este propósito. Muito obrigado a todos os voluntários.

Um agradecimento do tamanho do mundo à Comissão Pró-Construção da Igreja da Abrunheira, e muita força para a difícil tarefa que ainda está pela frente.

Abrunheira, 13 de junho de 2015


Silvestre Félix

(Fotos: Manuela Nascimento)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA ABRUNHEIRA

Muitas pessoas assistiram à inauguração da Capela polivalente e Capela da Ressurreição, correspondendo à primeira fase de construção da Igreja de Santo António da Abrunheira, neste domingo, dia 7 de dezembro.

Num maravilhoso dia de sol, os convidados e a população em geral, assistiram ao descerramento da placa que deixa registado o momento, na parede do edifício, para a posterioridade.

Presentes nesta cerimónia: Senhor Bispo Dom Joaquim Mendes; Presidente da Assembleia Municipal de Sintra e, também, em representação do Presidente da Câmara Municipal, Dr. Domingos Quintas; Eduardo Casinhas, Presidente da União das Freguesias de Sintra e a Vogal Paula Bento Santos; Fernando Pereira, Presidente da Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Sintra e, muita gente, que encheu completamente o espaço das duas Capelas, mais as que não conseguiram entrar, para assistir à Eucaristia presidida pelo Senhor Bispo.  

Para finalizar o dia de festa, esteve à disposição de todos, um delicioso lanche composto por tudo o que a população anónima e alguns comerciantes ofereceram. Paralelamente foram rececionados outros donativos no âmbito da angariação de fundos, que tem vindo a ser promovida.

A Abrunheira fica, assim, mais rica. Não só pela vertente religiosa, com a realização de missa semanal e local para desenvolver todas as atividades inerentes ao serviço de paróquia mas, também, por toda a população passar a dispor dum local para velar os seus mortos, independentemente da sua religiosidade, em vez de o ter de fazer longe das suas moradas.

No final, já escuro e muito frio, era bem visível a satisfação nos rostos de todos os membros da “Comissão Pró-Construção da Igreja da Abrunheira” e, principalmente do Pároco Padre Armindo que, em conjunto com a “Comissão” e com o Vigário Padre Jorge, foi decisivo para o arranque, andamento e conclusão desta (1ª fase) obra.



Silvestre Félix

8 de dezembro de 2014    

sábado, 18 de janeiro de 2014

IGREJA DA ABRUNHEIRA

Depois de tantas décadas de esperança, tornada, muitas vezes, conformismo e descrença para uma população despida de qualidade de vida e sempre ouvindo, ao correr dos ciclos políticos, promessas que nunca serão alcançadas, a verdade e a realidade não é facilmente digerível.

No caso da Igreja da Abrunheira, como se pode constatar, a verdade venceu e a construção já vai em bom ritmo.

Pelo que se sabe, esta primeira fase inclui, entre outras valências, a “capela” mortuária que tanta falta faz à população da Abrunheira em geral.

Para que a Igreja de Santo António possa ser concluída é preciso muito dinheiro e a campanha de angariação de fundos, continua. Fez saber, a Comissão Pró-construção da Igreja da Abrunheira, que este domingo, dia 19 pelas 13h, vai haver mais um almoço no pavilhão da URCA com o fim de juntar mais uns trocos e nas mesmas condições dos anteriores.

A este propósito escrevi, lá pelos idos de 2007, o seguinte:

… Sesmarias – O Rio, de sua natureza intemporal, todas as vezes que o leito corria cheio, não se cansava de gritar “aos sete ventos” – para o caso tanto faz que sejam sete, oito ou uma dúzia, que muita gente a Abrunheira tinha – “por quem os sinos haviam de dobrar”! Note-se e escreva-se que o narrador nunca lhe disse que a história titulada “Por quem os sinos dobram”, dito muito parecido com o repetido pelo Sesmarias – O Rio, após cada bátega de chuva, havia sido inventada, publicada em livro e mostrada em cinema por um americano chamado Ernesto – O Hemingway, há largo tempo contado em anos. Os invernos e verões foram correndo até que, numa manhã solarenga de março, Coutinho – O Bernardino de bornal carregado, preparando-se para fazer a travessia para o lado da pedreira do Ti Miguel, mais uma vez, ouviu Sesmarias – O Rio, gemer de tanto prometer que “os sinos haviam de dobrar” na Abrunheira.
Promessas são promessas e, naquela época, a honra comia-se a todas as refeições e até na cama do promitente dormia, sendo que, duma vez por todas, Coutinho – O Bernardino enchendo-se de coragem, perguntou ao Rio:
 – Ouve lá oh Sesmarias. Mas então, como é que “os sinos hão de dobrar”, se nem campanário e muito menos Igreja, cá existe?
 – Pois então oh Coutinho – O Bernardino, nem parece teu, tanta interrogação. Não foste tu e o Sacadura – O Francisco Borrego que juntaram duas dúzias de tábuas e trancos de abrunheiros com chapas de bidons ao meio cortados e se atiraram abaixo do zambujeiro mais alto que na Abrunheira havia? E foi porquê? Porque acreditaram muito, ser possível voar assim, até ao Brasil.
 – Eu, Rio – O Sesmarias, nunca te enganei oh Coutinho que és Bernardino e que tens a “ciência da pedra” – é preciso acreditar muito para que, um dia, na Abrunheira, “os sinos dobrem” num altaneiro campanário de santa igreja construída. …

(parte de texto “Ciência da Pedra” da minha autoria, escrito em 2007)

Neste caso, da Igreja de Santo António na Abrunheira, foi essencial acreditar-se muito e resultou mas, infelizmente, mesmo que Sesmarias – O Rio, o garanta, nem sempre assim acontece.


 Silvestre Félix