“Entre as brumas da
memória”;
as boas sardinhas nas Festas
de São Pedro, o caos no estacionamento à entrada, a bela “Juveniana”, agora, transformada num monte
de entulho, a “Boa Viagem” a
abarrotar até à Estação de Sintra e,
agora, a scotturb 446 sempre vazia
quando vai da Abrunheira, só para Chão de Meninos, as estórias do “Caga-à-Chuva” pelas manhãs de domingo à
hora da missa, água corrente no Rio das
Sesmarias e os pêssegos rosa da horta, as saborosas amoras no caminho para
os “Celões”, as fogueiras dos “Santos” com as alcachofras a arder, o Sporting cativo de BdC, já era e a Junta de Freguesia do lado de cá, da Serra.
Mesmo agora, neste ano dezoito, cem depois do armistício da
primeira, alguns dos campos sobrantes à roda da Terra onde o Coutinho que
era Bernardino, levava os dias entre
a Judite e a pedreira, seu laboratório
exclusivo, onde desenvolvia as investigações, a coberto do único tratado alguma
vez elaborado e compilado para a “Ciência
da Pedra”, mesmo agora… dizia, ou melhor, escrevia; deparamos com ondas de lindo
lilás que brota das dezenas ou centenas de alcachofras em flor.
Se a flor da alcachofra, qual fénix reflorida, depois de
queimada na fogueira do Santo devoto, o amor era verdadeiro com certeza.
Costumes que a memória guarda, com todas as incertezas do
mundo.
Certo! Certo! Só outra coisa: O Bernardino que não era Coutinho
era Cabouqueiro e tinha a “Ciência da Pedra”.
O resto, são palavras e
leva-as o vento que, por cá, até sopra com fartura!
Silvestre Brandão Félix
24 de junho de 2018 (Dia de São João do lado de cá, da Serra)
Foto: Google