Nos últimos trinta de tempo passado e contado em anos, o mês de Agosto, para mim, nunca foi altura de partida e, antes ao contrário, de chegada. Lá para trás ficaram os "Agosto’s" de Lagoa de Albufeira para onde muitos abrunhenses se transferiam a banhos de lagoa, de mar, de areia e sol. Com o “sangue na guelra”, os calores prolongavam-se “luares” dentro e não havia cerveja que os afogasse, também porque não era muita em razão dos trocos (in)disponíveis que a austeridade não foi coisa agora à pressa inventada. E então, finado o Julho, lá começamos a notar que o sol se põe mais para a esquerda da encosta da Serra, ou seja, os dias diminuem à medida que o Agosto corre. Em mim não cabe aquele famoso título de singular filme; “O meu querido Agosto”. Acho que é assim que se chama, se não for, não andará muito longe do certo.
Bem, não sendo o mês de partida mas sim o de chegada, aqui me disponho para mais prosear ao “sabor do teclado” como noutros idos se dizia “ao sabor da pena”. O efeito é o mesmo – escrever – no tempo da “pena”, só a tinta e as especiarias, vinham das rotas orientais ao contrário de agora que, são poucas coisas que não vêm da China.
Quando os Romanos por aqui andavam, mesmo antes do Viriato se atrever a fazer-lhes frente, e porque para construírem caminhos e estradas não precisaram de esperar dois mil anos pelos ensinamentos dos nossos modernos governantes, trataram de empedrar os antigos trilhos desde todos os cantos do conquistado território até à sede do império em Roma. Na Abrunheira, onde decerto passaria um desses caminhos, também se aprendeu a dizer que «Todos os caminhos vão dar a Roma». Os abrunhenses aprenderam e, pelos séculos fora, usaram a expressão para se referirem à estalagem mais próxima, às tabernas e mercearias do Ramos, do Álvaro, da Menina Emília ou, depois, ao Café do Manel, do Cabaço ou ainda mais perto, à URCA.
No século XXI existem muitas “Romas” e “todos os caminhos” vão dar a cada uma delas e todas se ligam umas às outras. Desde a Abrunheira, caminhando, também se chega a todas elas. A mais modernaça, abriu portas ali para os lados do “Alto-Forte” e eu, que me tenho na conta de não ser “anti”, antes pelo contrário, por lá dou umas voltas mesmo que seja para completar o medicinal tempo diário de andamento. Como todas as “Romas” antigas, esta também se apresenta pela opulência e poder de convencer o incauto. Como nos mercados antigos, é preciso manter “um olho no burro e o outro no vendedor”, embora o cuidado aqui tenha outro significado. Mas é bom cuidar deste princípio! Muitos abrunhenses por lá encontro e, não é só neste “Agosto que para mim é mês de chegada” mas também nos outros meses, nas outras semanas, nos outros dias e a várias horas diferentes.
Para sermos uma terra invadida, já não é necessário que dos lados de “Castela” cheguem exércitos armados com intenções pouco amistosas. Agora, neste século de agudas crises, o “inteligente” arranjou forma de concretizar a “invasão” de terras abrunhenses sem que tivéssemos tempo e oportunidade de olhar para o catálogo de ofertas enganosas, como já antes tinha feito com a CEE e com os novos tratados da União(?) Europeia. A muito trabalho me obrigo tentando encontrar produtos que não sejam veículos dessa “invasão”. Até com a “porra” do leite (salvo-seja), é preciso ter olhos bem abertos. O mais barato do mercado, que eles dizem (!!!) marca branca, e que mesmo conferindo a “barra” (560) pensamos ganhar o “assalto”, pode ser importado e só tratado e empacotado cá. E a fruta? Tantas voltas tenho de dar para encontrar a nossa e, muitos dias, nem isso se consegue.
Eu gosto de ter uma “Roma” ao pé da porta e a maioria dos abrunhenses também sentem da mesma maneira, até porque alguns lá conseguiram o tão desejado e preciso emprego, mas temos de resistir à “invasão”. Cada produto, peça de roupa ou brinquedo que o abrunhense compre e não seja “Made in Portugal”, é mais um contributo para a concretização da estratégia do “inteligente” que é concluir a “invasão”.
Bem, não sendo o mês de partida mas sim o de chegada, aqui me disponho para mais prosear ao “sabor do teclado” como noutros idos se dizia “ao sabor da pena”. O efeito é o mesmo – escrever – no tempo da “pena”, só a tinta e as especiarias, vinham das rotas orientais ao contrário de agora que, são poucas coisas que não vêm da China.
Quando os Romanos por aqui andavam, mesmo antes do Viriato se atrever a fazer-lhes frente, e porque para construírem caminhos e estradas não precisaram de esperar dois mil anos pelos ensinamentos dos nossos modernos governantes, trataram de empedrar os antigos trilhos desde todos os cantos do conquistado território até à sede do império em Roma. Na Abrunheira, onde decerto passaria um desses caminhos, também se aprendeu a dizer que «Todos os caminhos vão dar a Roma». Os abrunhenses aprenderam e, pelos séculos fora, usaram a expressão para se referirem à estalagem mais próxima, às tabernas e mercearias do Ramos, do Álvaro, da Menina Emília ou, depois, ao Café do Manel, do Cabaço ou ainda mais perto, à URCA.
No século XXI existem muitas “Romas” e “todos os caminhos” vão dar a cada uma delas e todas se ligam umas às outras. Desde a Abrunheira, caminhando, também se chega a todas elas. A mais modernaça, abriu portas ali para os lados do “Alto-Forte” e eu, que me tenho na conta de não ser “anti”, antes pelo contrário, por lá dou umas voltas mesmo que seja para completar o medicinal tempo diário de andamento. Como todas as “Romas” antigas, esta também se apresenta pela opulência e poder de convencer o incauto. Como nos mercados antigos, é preciso manter “um olho no burro e o outro no vendedor”, embora o cuidado aqui tenha outro significado. Mas é bom cuidar deste princípio! Muitos abrunhenses por lá encontro e, não é só neste “Agosto que para mim é mês de chegada” mas também nos outros meses, nas outras semanas, nos outros dias e a várias horas diferentes.
Para sermos uma terra invadida, já não é necessário que dos lados de “Castela” cheguem exércitos armados com intenções pouco amistosas. Agora, neste século de agudas crises, o “inteligente” arranjou forma de concretizar a “invasão” de terras abrunhenses sem que tivéssemos tempo e oportunidade de olhar para o catálogo de ofertas enganosas, como já antes tinha feito com a CEE e com os novos tratados da União(?) Europeia. A muito trabalho me obrigo tentando encontrar produtos que não sejam veículos dessa “invasão”. Até com a “porra” do leite (salvo-seja), é preciso ter olhos bem abertos. O mais barato do mercado, que eles dizem (!!!) marca branca, e que mesmo conferindo a “barra” (560) pensamos ganhar o “assalto”, pode ser importado e só tratado e empacotado cá. E a fruta? Tantas voltas tenho de dar para encontrar a nossa e, muitos dias, nem isso se consegue.
Eu gosto de ter uma “Roma” ao pé da porta e a maioria dos abrunhenses também sentem da mesma maneira, até porque alguns lá conseguiram o tão desejado e preciso emprego, mas temos de resistir à “invasão”. Cada produto, peça de roupa ou brinquedo que o abrunhense compre e não seja “Made in Portugal”, é mais um contributo para a concretização da estratégia do “inteligente” que é concluir a “invasão”.
“Roma” sim, mas que seja portuguesa!
Neste "mês de Agosto que para mim é de chegada", “resistir”, é a palavra de ordem!
Silvestre Félix